Por que fazer um consórcio pode ser melhor do que financiar?
- 22 de janeiro de 2016
- Publicado por: vjrjunior
- Categoria: Consórcio
São Paulo – No mundo ideal, a melhor forma de comprar um carro é investir para adquiri-lo à vista. Mas, para poupadores indisciplinados, que não têm dinheiro suficiente nem pressa para ter o veículo, fazer um consórcio é mais vantajoso do que financiar.
Ao fazer esse tipo de negócio, o consumidor entra em um grupo, administrado por uma empresa, que se reúne com o objetivo de formar uma poupança. Os integrantes pagam parcelas mensais e, a cada mês, um deles é sorteado e recebe a chamada “carta de crédito” para adquirir o bem, normalmente um carro ou um imóvel.
Se quiser antecipar a sua vez, a cada mês o comprador pode dar um lance, ou seja, antecipar parcelas. Quem der o lance mais alto leva o carro.
Diferente de um financiamento, no consórcio o consumidor não paga juros. A taxa média de juros em financiamentos de automóveis em junho foi de 26% ao ano, segundo o Banco Centtral. Em vez de juros, no consórcio o consumidor paga uma taxa de administração, cuja média em abril foi de 13,51% em um período de cinco anos, prazo médio dos consórcios, segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac).
Ou seja, em média, a taxa de juros do financiamento custa dez vezes mais que a taxa de administração do consórcio (2,7% ao ano, em média). Assim como em um financiamento, o custo total das taxas de administração dependerá do prazo de pagamento.
“Para quem não tem o hábito de poupar, o consórcio é uma forma de fazer uma poupança forçada para realizar o sonho, e essa é sua principal vantagem”, explica Marcelo Prata, especialista em financiamento e presidente do Canal do Crédito.
Assim, o consórcio funciona como uma poupança para quem tem um objetivo definido, mas não fornece rentabilidade. Sua essência é o planejamento financeiro, como explica o presidente da Abac, Paulo Roberto Rossi.
“O consórcio é para quem não precisa do bem imediatamente e por isso tem um custo menor. As pessoas substituem o imediatismo do consumo pelo planejamento financeiro”, explica.
Quando o consórcio não vale a pena
Não entre em um consórcio de olhos fechados. As taxas de administração variam muito de uma administradora para outra e, dependendo da taxa de juros oferecida pelo gerente do banco, financiar pode valer mais a pena para ter o carro logo.
Como lembra Juliana Inhasz, professora de finanças do Insper, no consórcio, o consumidor precisará contar com o fator sorte, porque não há garantia de quando será contemplado com o bem.
O sorteio é um atrativo dessa modalidade de compra e serve como motivação para poupar. “Só poupar parece desmotivador”, diz Prata, do Canal do Crédito.
No entanto, do ponto de vista financeiro, é mais inteligente investir em uma aplicação financeira para comprar o carro à vista, pois além da possibilidade de não arcar com a taxa de administração, dependendo do investimento escolhido, o consumidor ainda poupa dinheiro com rentabilidade. Mesmo se o produto de investimento tiver taxa de administração, ela certamente será menor do que a taxa média dos consórcios.
“O consórcio é uma boa opção só para quem não consegue se organizar para tentar comprar o carro à vista, porque essa é a melhor alternativa de todas”, explica Juliana, do Insper.